Não esquecera a primeira vez que o viu.
Aqueles olhos, de um negror opaco, tinham permanecido, tal qual uma marca feita com ferro em brasa. Ninguém nunca lhe havia perturbado tantos as ideias quanto aquele homem, o qual mal sabia o nome.
Conquanto intuísse que sim, não tinha certeza se ele sentira a mesma coisa, afinal não trocaram mais que um olhar.
Tentou desviar aqueles pensamentos com um livro bolorento esquecido na estante.
Só que era inútil, pois não conseguia se concentrar e as frases se misturavam às recordações.
Ali, na escuridão do seu quarto, lembrava de cada movimento dele.
Dos braços à mostra como que a convidasse para um longo e caloroso abraço, das mãos firmes, do suor quente que escorria de sua testa e morria no pescoço.
Ficou a imaginar como seria bom ter aquele homem.
Mas será que ele a queria também?
Essa incerteza era como um inseto impertinente que não a deixava dormir.
Embora não soubesse como fazer isso, precisava encontrá-lo novamente e dizimar a dúvida.
Tinha de ser recíproco. E, mesmo que não fosse, não se importava.
Não dessa vez.
Sentia o suficiente para os dois corpos.
Estava cansada de calcular, imaginar, ter cautela.
Veria aqueles olhos negros novamente.
Não precisaria aprender a gostar deles, tinha sido amor à primeira vista.
Adorei, muito legal. Gosto do seu jeito de escrever. =D
ResponderExcluirarte é basicamente transformar coisas corriqueiras em algo interessante. VC faz isso com muita delicadeza e poesia. OLHA, NÃO PARE DE LER. LEIA MUITO.
ResponderExcluirAhhh...conta pra ela que amor de mão única só traz desabor e desamor...
ResponderExcluir=[
beijos
a maldição de se gostar de ler é todo dia redescobrir que todos sabem descrever o que você sente, menos você.
ResponderExcluireu gosto daqui :)
curti o conto, lendo isso me lembra quando eu fazia uns contos curtos na escola, mas era tudo podreira! eu tirava notas altas em redação mas deixava as professoras de cabelo arrepiado e estomago revirado!!!
ResponderExcluirolá escritora , muito bom viu
ResponderExcluirnão poderia falar mais coisa pois todas já foram ditas por outros /
apenas u com simples e singelo parabens
saudações de um Filho de Caim
Me desculpe pelos meus comentários pedantes. Prometo não mais comentar.
ResponderExcluirOlá, querida!!! Vim visitar o seu blog, como prometi.
ResponderExcluirAchei muito lindo o texto. Gosto de ler e escrever sobre as pequenas grandes sensações, que, às vezes, nos escapam e cedem lugar às preocupações do cotidiano. Quando relatadas, como nesse caso, são lindas e se tornam grandes, reais e fictícias, ao mesmo tempo, por mais louco que isso possa parecer...
Um abraço.