- Vá em frente! – disse ele.
Soaria como um incentivo se ela não estivesse diante de um precipício.
Não tinha coragem, simplesmente não tinha.
Sabia o quanto ele tinha se arrependido, até havia lhe confessado isso.
Era difícil dar o braço a torcer, mas queria aquele amor retalhado.
Tentou fugir desse emaranhado de sentimentos e lutava com todas as forças para se jogar e acabar de vez com a angústia que corria seu corpo e parava na garganta.
Estava apenas a um passo, não seria tão difícil, mas ela estava inerte, como se uma força a prendesse ali.
De repente, todas as lembranças vieram à tona.
As noites tristes, os dias sombrios.
Aquele sentimento de perda que detestava tanto.
Mantinha-se sempre calada, como se ausência das palavras pudessem apagar os momentos ruins que viveu.
Era preciso decidir, tinha certeza.
Apenas não sabia como fazê-lo.
- Você é uma tonta. Está presa a mim e tem que aceitar sua condição! – tornou a afirmar.
Era o que ela precisava.
Aquele homem não poderia controlar sua vida. Pularia e pronto.
Mesmo contra sua vontade pularia, só para provar que era mais forte.
Sempre foi assim. Adorava ser desafiada e mostrar que poderia violar o que lhe impunham.
Não seria preciso contar até três.
Voltou a lembrar dos piores momentos de sua vida, tornando-se cada vez mais audaciosa.
Quando ele menos esperava, ela pulou. E caiu.
Até parar suspensa no ar.
Ele a havia amarrado enquanto ela pensava.
- Você é minha! Está condenada a viver à minha sombra. – sentenciou pretensioso.
O que ele não sabia é que ela levava uma faca.
Poderia furar o peito e deixar que ele a carregasse morta para sempre.
Mas aquilo não era um arrufo. Ele duvidara dela e não poderia ser assim.
Achou que não se desvencilharia. Pois bem.
Mostrou-lhe a faca e seu sorriso cínico se desfez.
Poderia ser dele enquanto estava lá, em cima.
Agora não tinha mais jeito. Já tinha pulado. Não voltaria atrás.
Então, fechou os olhos e cortou a corda de uma vez.
Texto rasgado. Gosto assim. ;p
ResponderExcluirOlá escritora tudo bom ????
ResponderExcluirGostaria de comentar este conto com outro conto que tive escreve lá no meu blog o NOme é "Garotas palidas na minha cama" esta postado no mês de maio.
abração
saudações
sem muitos detalhes, mas intenso, como sempre :)
ResponderExcluirgosto assim também.
ah, ps: te linkei tá? :)
ResponderExcluirrs
ResponderExcluirTambém estou "cortando cordas"...
gostei de tudo por aqui...
Bjos
Primeira vez que venho por aqui, e já dei de cara com um ótimo texto! Pra quem não entende, até parece uma coisa meio fúnebre né, mas tem um sentido completamente implícito - ou explícito. Muito bom mesmo...
ResponderExcluirComo a 1ª impressão é a que fica, voltarei mais vezes
Abraço
http://falandoprasparedes.blogspot.com
Simplesmente incrível. Adorei meesmo, muito bom.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirescreva mais!!
ResponderExcluiradorei a narrativa
grande abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirComo assim quase escritora? Como assim quase fotógrafa?
ResponderExcluirAlém de ser minha irmã, você é tudo isso e um montão de coisa assim ó
\____________0___________/
Te amo Garota do Jornal!
Entrei no blog por acaso e gostei muito do texto...
ResponderExcluirEle me mostrou o quanto é importante manter meu canivete no bolso.
Abraços,
Paulo Dodô
www.o-desenfado.blogspot.com